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Publicado: 03/06/2015

Modelo brasileiro de inclusão dos catadores é referência

Incluir nos processos de reciclagem de resíduos os trabalhadores informais que sempre trabalharam no garimpo dos lixões, sem registro, direitos mínimos, proteção à saúde e remuneração é diretriz da PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos), que o Brasil aprovou em 2010, depois de 21 anos de discussões e ajustes.

Nos dias 21 e 22 de maio, o Cempre (Compromisso Empresarial para Reciclagem) apresentou o modelo brasileiro de cooperação com catadores de lixo num seminário internacional sobre coleta seletiva em Istambul, na Turquia.

O “International Seminar on the Impact of Street Collectors on Separate Collection” foi feito para promover a troca de experiências entre representantes de países com populações em situação de exclusão social na região dos Bálcãs: Albânia, Bósnia-Herzegovina, Bulgária, Croácia, Eslovênia, Grécia, Kosovo, Macedônia, Montenegro, Romênia, Sérvia e Turquia.

O Cempre é uma associação que trabalha para conscientizar a sociedade sobre a importância de reduzir, reutilizar e reciclar lixo por meio de programas de conscientização. Fundado em 1992, é mantido por contribuições de empresas como AmBev, Nivea, Braskem, Carrefour, Casas Bahia, Coca-Cola, Dell, HP, Johnson & Johnson, Klabin, Nestlé, Pão de Açucar, Procter & Gamble, Tetra Pak e Unilever.

Segundo André Vilhena, diretor da entidade, o trabalho dos catadores é essencial no Brasil. “As cooperativas oferecem eficiência e capilaridade à coleta seletiva e reciclagem. Em troca, os cooperados ganham capacitação profissional e oportunidade de emprego.”

Vilhena diz que, de acordo com a última pesquisa do Cempre, o número de municípios brasileiros que contratam cooperativas de catadores para auxiliar na coleta chegou a 76% do total em 2014.

Para ele, a experiência brasileira de capacitar as pessoas que já trabalhavam informalmente já tem vários exemplos no mundo, em países da América Latina e na África do Sul, Tailândia, Índia, entre outros.

“Turquia e Macedônia são os primeiros países da Europa que já trabalham para a inclusão dos catadores na cadeia formal de reciclagem.”

Vilhena acredita que um dos aspectos da experiência brasileira que gera mais interesse é justamente como trabalhar o conceito de responsabilidade compartilhada valorizando o componente social do modelo.

Segundo ele, várias cidades brasileiras já têm coleta seletiva completamente feita por catadores de cooperativas, como Natal (RN), Presidente Prudente (SP), Itu (SP), Petrolina (PE), Ourinhos (SP) e a região do Cariri, no Ceará.

Ele acredita que o modelo pode ser expandido para muitos municípios brasileiros, devido à crescente profissionalização dos catadores.


Fonte: Uol.com.br

 

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