Enquanto a Comunidade Internacional se foca na mudança climática, no desenvolvimento sustentável e a nova agenda anti- pobreza para além de 2015, altos-funcionários das Nações Unidas destacam o papel que as empresas cooperativas podem desempenhar no desenvolvimento económico, justiça social e protecção ambiental.
Na sua mensagem para o Dia Internacional das Cooperativas, no dia 5 de Julho, o Secretário-Geral Ban Ki-moon, afirmou que este ano, o dia Internacional calhou num "momento crítico" com a ONU a trabalhar para alcançar o prazo de 2015 para os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), e adoptar uma Agenda de Desenvolvimento Sustentável de longo-prazo, bem como um novo acordo climático.
"As cooperativas são particularmente importantes para a agricultura, para a segurança alimentar e para o desenvolvimento rural. No sector financeiro as cooperativas servem mais de 857 milhões de pessoas, incluindo dezenas de milhões que vivem na pobreza", afirmou Ban Ki-moon.
Ele acrescentou que as cooperativas estão a ajudar comunidades tanto em países desenvolvidos como em países em vias de desenvolvimento a gerar energia, a controlar o fornecimento de água e a prestar outros serviços básicos.
Variando entre empresas de pequena escala a empresas de muitos milhões de dólares, as cooperativas operam em todos os sectores da economia, e fornecem 100 milhões de empregos em todo o mundo- 20 por cento mais do que as empresas multinacionais, de acordo com os valores de 2011 da Organização para a Alimentação e para a Cultura das Nações Unidas (FAO), o Fundo internacional de Desenvolvimento da Agricultura (FIDA) e o Programa Alimentar Mundial da ONU (PAM).
Em 2008, as 300 maiores cooperativas do mundo atingiram um volume de 1.1 biliões de dólares em negócios, um volume comparavel ao produto interno bruto (PIB) das grandes economias, afirmaram as agências da ONU.
"Como um negócio que pertence aos seus membros, gerido pelos membros, que serve os membros, as cooperativas podem colocar a justiça social e a equidade no centro do progresso económico”, afirmou o Secretário-Geral, acrescentando que as cooperativas também garantem a produção e o fornecimento de bens e serviços que coincidem com as necessidades e aspirações das comunidades.
Na sua mensagem, Guy Ryder, Director-Geral da Organização Internacional do Trabalho das Nações Unidas (OIT), observou que as cooperativas alcançam muitos mais pobres e excluídos que estão fora do alcance do governo e dos mercados convencionais para os bens e serviços, como os pequenos agricultores.
Estima-se que existam cerca de 500 milhões de explorações agícolas familiares- aquelas que dependem dos membros do agregado familiar para trabalhar e para a gestão- no mundo desenvolvido e em desenvolvimento, de acordo com a FAO.
Em muitos países desenvolvidos, as famílias dos agricultores representam 80 por cento de de todas as explorações agrícolas.
Num esforço para destacar o papel e o potencial que os agricultores familiares têm na erradicação da fome, preservação dos recursos naturais e promoção do desenvolvimento sustentável, a ONU nomeou o ano de 2014 como o Ano Internacional da Agricultura familiar.
Na sua mensagem, Guy Ryder afirmou que as cooperativas são "as empresas do futuro" que podem complementar os mercados convencionais e a acção do governo.
Guy Ryder pediu aos membros da comunidade internacional que trabalham na Agenda de Desenvolvimento Sustentável para manterem as cooperativas em mente na altura de deferirem as estratégias e os meios para as novas metas.
De acordo com um estudo recente da OIT e da Aliança Cooperativa Internacional (ICA), as "Cooperativas e os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável", as cooperativas contribuem para o desenvolvimento sustentável e têm o potencial de de fazer muito mais: desde a criação de emprego e a melhor a melhoria da igualdade de género ao fornecimento de engia limpa e à inclusão financeira para garantir a segurança alimentar e a extensão da protecção social.
"As Cooperativas estão presentes em todos os sectores da actividade económica e são adaptáveis a uma variedade de contextos, afirmou Guy Ryder.
"Elas respondem à linha tripla do botão do desenvolvimento sustentável: desenvolvimento económico, justiça social, e protecção ambiental", acrescentou.