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Publicado: 24/07/2014

Orlândia(SP): Cooperativa faz estudo inédito na região para aumentar lixo reciclado

A Cooperativa de Trabalho dos Recicladores de Orlândia (SP) começou, há duas semanas, uma pesquisa inédita na região de Ribeirão Preto. Um dos objetivos é saber, exatamente, quantas e quais residências separam o lixo reciclável do orgânico e, com isso, promover campanhas educativas para conscientizar o maior número possível de moradores. O Plano Municipal de Gerenciamento Integrado, aprovado em 2012, prevê que 100% da cidade façam a separação de material reciclável, mas, como não há fiscalização, a estimativa do presidente da entidade, Anderson da Silva Nassif, é que apenas 40% das 12 mil residências estejam colaborando com o trabalho. Isso significa, segundo ele, um desperdício de R$ 1 milhão por mês. O G1 pediu, desde a última sexta-feira (18), um posicionamento da Prefeitura sobre o assunto, que não chegou até a tarde desta terça (22). 

O presidente da cooperativa diz que, além de contar as residências, o estudo prevê identificar os bairros que mais misturam lixo reciclável aos rejeitos comuns. Segundo ele, cerca de 30% a 40% das sacolas com descartes orgânicos têm, também, plásticos, latas e papéis, que poderiam gerar mais renda à cooperativa. “Sabendo quais são as regiões com mais problemas, podemos pedir para que a população colabore mais”. Até um jabuti vivo foi encontrado, recentemente, em uma das sacolas. 

O trabalho de contagem deve terminar no final da primeira quinzena de agosto. Uma bióloga, que também é gestora ambiental, e o funcionário de uma empresa, que aderiu como voluntário, participam da ação. De acordo com Nassif, após a conclusão, não está descartado criar um selo para certificar as casas que reciclam todo o lixo. 

Os 33 funcionários da Cooperlol deixam nas residências saquinhos para que os moradores coloquem os recicláveis, que são recolhidos sempre na semana seguinte. Atualmente, a cooperativa coleta cerca de 110 toneladas de material por mês, o que representa somente de 10% a 12% do que seria possível aproveitar. O restante vai para o aterro sanitário, o que representa uma perda de cerca de R$ 1 milhão. “Se todas as casas colaborassem, daria para aumentar imediatamente a coleta em pelo menos mais 160 mil toneladas”, explica Nassif. 

A cooperativa existe desde 2005. Faz a coleta de recicláveis em todos os bairros de Orlândia – cerca de 20, segundo Nassif – e no centro. Para isso, conta com três caminhões, sendo dois próprios e um cedido por 30 anos pela Prefeitura, duas esteiras, duas prensas e um triturador de papel. O material é separado em dois barracões. 

Gestão 

Para que a destinação correta de resíduos sólidos seja fortalecida, a gestora ambiental e bióloga Pâmela Mara de Oliveira, que participa do projeto de contagem das residências, afirma que a conscientização deve ser constante e, para isso, é necessária a ajuda do poder público, fiscalizando e até multando as casas que não fazem a separação do lixo. “Quando mexe no bolso, as pessoas parecem se conscientizar mais rápido”. 

Ela, que atua em cinco cidades e conhece o trabalho feito em outras, declara que o estudo iniciado em Orlândia é único na região de Ribeirão Preto e, por isso, se espera que os resultados apareçam rápido. “Hoje, as pessoas que separam o lixo é porque querem ajudar a cooperativa. Caso contrário, como ela vai sobreviver? Todos deveriam fazer, já que está previsto em um plano municipal. No entanto, ainda é um desafio despertar a consciência das pessoas, mesmo elas sabendo que o lixo deve ser separado”. 

Prefeitura 

A Prefeitura de Orlândia não respondeu aos questionamentos feitos na última sexta-feira. O G1 perguntou como a administração pretende incentivar a separação do lixo reciclável, conforme previsto no Plano Municipal de Gerenciamento Integrado, e se deverá conceder algum tipo de ajuda à cooperativa, após a conclusão do estudo. A assessoria de imprensa informou, na tarde desta terça, que ainda aguardava resposta da Secretaria de Meio Ambiente. 


Fonte: G1 Ribeirão e Franca

 

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